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Abr 2011

PRESIDENTE DA SOMESE É SABATINADO NO

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A 16ª edição do ‘Cabaré de 5ª’ – bate-papo que acontece todas as quintas-feiras, reunindo imprensa e entrevistado em bares de Aracaju –, contou com a presença do neurocirurgião Petrônio Gomes, presidente da Sociedade Médica de Sergipe (Somese). Entre as temáticas discutidas, o médico avaliou a saúde pública atual e destacou a importância da implantação do Hospital de Combate ao Câncer no Estado.    Petrônio lembrou que até 2007, Sergipe dispunha de ‘outra saúde’, inclusive de um serviço de Oncologia montado no antigo Hospital Geral João Alves Filho (HGJAF), atual Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), que foi ‘desmontado’ no início do governo Marcelo Déda.   “Isto pode ser comparado a um jogo de lego-lego. Havia um trabalho montado e funcionando, que foi descaracterizado para atender outras demandas dentro do hospital. Não digo que houve má intenção do Governo, mas o prejuízo social foi enorme, a começar pela perda de centenas de pacientes por falta de assistência. Assim, não posso dizer que a Saúde do Estado está boa”, avaliou Petrônio Gomes.   “Se ao final deste segundo governo, ele (Marcelo Déda) tiver conseguido concluir o seu projeto, é claro que, entre mortos e feridos, haverá avanço. O problema é que o Governo quis fazer tudo e não pensou nos detalhes burocráticos", acrescentou.   PIRRAÇA POLÍTICA   Ao defender o ingresso no serviço público exclusivamente mediante aprovação em concurso, Petrônio ressaltou que as entidades médicas foram contrárias à implantação da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), por acreditar que ela trouxe mais conflito e malefícios do que benefícios às categorias da saúde.   O atraso na abertura da maternidade Nossa de Lourdes e a desconstrução do Hospital Pediátrico (obras deixadas pelo ex-governador João Alves Filho para ser inauguradas pelo sucessor Marcelo Déda) foram classificadas pelo presidente da Somese como pirraça política. As 44 clínicas de Saúde da Família, já inauguradas pelo atual governo, também foram alvo de sua análise. “Para funcionar adequadamente por 24 horas, cada Clínica deveria apresentar 14 médicos, nas especialidades de Clínica Geral, Cirurgia Geral, Pediatra e Ortopedia”,   Petrônio também defendeu a implantação de casas de parto nos municípios, como forma de descentralizar os serviços de Obstetrícia no Estado. O médico lamentou o fato de o Hospital Regional de Nossa Senhora da Glória caminhar para o fechamento, bem como a falta de investimentos para a recuperação do Hospital Amparo de Maria, em Estância.   COMBATE AO CÂNCER   A tão disputada ‘paternidade’ do Hospital de Combate ao Câncer no Estado também foi levada ao debate. Com a intenção de desfazer o que ele classifica como ‘questiúncula política’, Gomes informou que o primeiro médico a propor a implantação de um centro oncológico em Sergipe foi Jorge Sampaio Marcillac Motta.   No entanto, Petrônio também achou justo destacar que em 2010 uma emenda coletiva de bancada, da ordem de R$ 20 milhões, foi alocada pelo então deputado federal, Eduardo Amorim (hoje senador da República), para o projeto.   "Entramos nesta luta pela implantação do hospital e queremos participar diretamente da elaboração do projeto porque a categoria médica é quem conhece as necessidades e sabe como o hospital precisa ser projetado para atender a demanda atual e futura", explicou.   Para que a construção do Hospital de Combate ao Câncer aconteça, o presidente da Somese está liderando a caravana ‘Unidos pela Vida’, que tem percorrido o Estado arrecadando assinaturas de apoio para apresentar ministro da saúde, José Gomes Temporão.   RADIOTERAPIA     Gomes informou que, atualmente, cerca de 2 mil pessoas sofrem de algum tipo de câncer no Estado. E também revelou uma estimativa ainda mais preocupante: até o próximo ano devem ser diagnosticados mais 4 mil novos casos oncológicos em Sergipe.   "Atualmente, dispomos de apenas de um aparelho de radioterapia, no Huse, com atendimento mensal estimado de 500 pacientes. O doente oncológico necessita de assistência diferenciada em decorrência do alto nível de dor, sofrimento e de sequelas decorrentes da moléstia e/ou do próprio tratamento", acrescentou. Segundo ele, estima-se que cada aparelho de radioterapia custe R$ 3 milhões.   Como proposta emergencial para assistir às atuais vítimas de câncer em Sergipe, Petrônio Gomes pede ao Governo o resgate de, no mínimo, duas salas de centro cirúrgico exclusivas, 80 leitos, dois aparelhos de radioterapia ativos no Huse e dois no Hospital Cirurgia, além de autonomia administrativa para o Centro Oncológico.   PISO NACIONAL   Tramita na Câmara dos Deputados a proposta de tornar a carreira médica em carreira de estado. Para tratar deste assunto, o presidente da Somese aguarda contato do deputado federal Mendonça Prado (DEM), relator da proposta que institui o piso de R$ 15 mil para iniciantes. O parlamentar já se declarou publicamente favorável à aprovação da proposta.

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