A Secretária de Estado da Saúde Mônica Sampaio apresentou, na tarde de hoje (22/07), em almoço na Sociedade Médica de Sergipe, pedido formal de desculpas à classe médica de Sergipe, pelo conteúdo de documento enviado ao Conselho Federal de Medicina, assinado pelo governador Marcelo Déda no qual, para justificar o pedido de apoio da entidade nacional dos médicos ao projeto conjunto com a UFS para a aprovação de 100 novas vagas no curso de Medicina, em Lagarto, em um de seus parágrafos disse textualmente que "as práticas médicas em Sergipe guardam um grau de degradação dos valores éticos e falta de compromisso com o cuidado aos pacientes, configurando uma prática médica degradada, que atua, por um lado, com um paradigma científico defasado e, por outro, como uma prática técnica e ética não comprometida com o cuidado do paciente”.
Segundo Mônica, esse nunca foi e não é o pensamento dos atuais gestores de saúde e que o documento foi feito equivocadamente por assessores em debates anteriores, sendo incluído de forma equivocada no rol de justificativas. Disse que o Governo do Estado e a UFS vão publicar nos jornais ainda esta semana uma nota de esclarecimento. Na oportunidade, fez um relato das principais ações que o atual governo vem executando, com altos investimentos em estrutura física em todo o estado, independentes de coloração partidária.
O ex-presidente da Somese, Lúcio Prado Dias, apesar de reconhecer o nobre e corajoso gesto da Secretária, ponderou que o ideal seria que os investimentos do atual governo em estrutura física fossem compartilhados com a real valorização dos profissionais de saúde em geral, e dos médicos em particular, para que esta "degradação ética e descompromisso social", na visão do governo, pudesse ser revertida. Para ele, os profissionais de saúde, em geral, e os médicos, em particular, são vítimas de um sistema perverso, que nunca priorizou o potencial humano. E leu o ofício resposta do presidente do Conselho Federal de Medicina ao governador, segundo ele, suficiente para o caso.
Outros médicos presentes, como Glória Tereza, José Menezes, presidente do Sindimed. Aderval Aragão, e Júlio Seabra, vice-presidente do Cremese, manifestaram seus descontentamentos com o episódio, sendo que este último leu Nota de Esclarecimento que será publicada na imprensa nesta semana.
O presidente da Somese Petrônio Gomes agradeceu à Secretária pelas suas explicações, solicitando o retorno ao diálogo e entendimento, em prol da população. "Em agosto vamos iniciar o programa Caravana da Saúde, visitando as principais cidades do interior para conversar com os médicos e ver in loco suas condições de trabalho, e convido a Secretária a se engajar nessa ação", encerrando a reunião que se estendeu até as 15 horas.