Notícias

Jul 2010

CLASSE MÉDICA REVOLTADA COM ATITUDE DO GOVERNO

Compartilhar:

ESCLARECIMENTOS À POPULAÇÃO 

O Conselho Regional de Medicina de Sergipe compreende estimula e apóia os investimentos do Governo do Estado na melhora e ampliação da rede de atenção à saúde da população. No entanto, este Conselho vem trazer ao conhecimento da sociedade sergipana sua séria preocupação com a atitude do Governo que em documento protocolado no Conselho Federal de Medicina sob o número 5050/2010, visando obter apoio para a criação do Campus de Saúde na Cidade de Lagarto, agride gratuita e espontaneamente, mais uma vez, os profissionais de saúde em geral e em particular os médicos quando numa generalização absurda e injusta, afirma: “Outro tema fundamental a ser enfrentado, é a atitude dos profissionais de saúde em geral, e dos médicos, em particular em suas práticas profissionais. Essas guardam um grau de degradação dos valores éticos e falta de compromisso com o cuidado aos pacientes, configurando uma prática médica degradada, que atua, por um lado, com um paradigma científico defasado e, por outro, com uma prática técnica e ética não comprometida com o cuidado do paciente”. Desta forma, o Governo despreza todos aqueles profissionais, que lutam diuturnamente contra a morte junto aos seus pacientes, em hospitais públicos desaparelhados, vivendo verdadeiro caos administrativo, como comprovado em sucessivas fiscalizações conjuntas realizadas pelo Conselho Regional de Medicina/SE e Ministério Público Estadual. Atinge ainda, em flagrante falta de justiça e bom senso, o Curso de Medicina da Universidade Federal de Sergipe que em 2011 fará 50 anos de relevantes serviços prestados ao Estado, responsável pela formação de 64% dos médicos em atividade no Estado de Sergipe, lançando-lhe a pecha descabida e injusta de uma prática médica degradada, com um paradigma científico defasado, com um “Hospital Universitário que nem sempre tem uma integração efetiva com o Sistema Único de Saúde”. Nesta diatribe raivosa, tenta justificar a criação de novo Campus de Saúde em Lagarto, o qual, afirma, resolveria magicamente todos os problemas éticos, científicos, de carência de médicos e da fixação dos mesmos no interior.O Conselho Federal de Medicina é favorável à abertura de Escolas Médicas somente em locais que justifiquem a necessidade social e condições de formação adequada, dentre elas, a existência de Hospitais Universitários de padrão respeitável.Este Conselho é contrário sim, à abertura de Escolas Médicas de segundo ou terceiro níveis, visando a formação de profissionais de padrão científico inferior, dirigidos ao atendimento da população mais carente, especializados em padrão SUS e criando um fosso entre duas Medicinas: a de alto nível para os governantes e os ricos e de baixo nível para a população pobre. De modo oposto, apoiamos sim os investimentos na infraestrutura assistencial – que está por demais necessitada.Em relação à falta de médicos no interior do Estado, dados informam que 92,4% dos médicos residem na capital, mas grande parte desses, deslocam-se diariamente aos municípios aonde exercem suas atividades, pela facilidade proporcionada pelas curtas distâncias dentro do Estado. A distribuição dos profissionais certamente não é melhor, pelas condições inadequadas de trabalho com baixo padrão técnico resolutivo, precariedade e insegurança nos contratos trabalhistas e ausência de carreira de Estado aos moldes do Judiciário, que reflita a dignidade da profissão. Com certeza, criadas tais condições pelo Governo não faltarão profissionais, inclusive oriundos de outros Estados. Inaceitável é, na justificativa de um projeto, a agressão generalizada à classe médica e sua instituição formadora, que mantém a saúde do Estado - as quais não podem ser responsabilizadas pelo caos administrativo vigente. Conselho Regional de Medicina de Sergipe

Siga-nos no Instagram