A peça teatral ‘O Futuro da Humanidade’, uma adaptação do livro homônimo do psiquiatra Augusto Cury, realizado no Teatro Atheneu na noite de quinta-feira, (5), pelos estudantes de medicina da turma 107 da Universidade Federal de Sergipe (UFS), em parceria com a Sociedade Médica de Sergipe (Somese) arrancou elogios do público presente.
Dentre os espectadores, estava o estudante de medicina da Universidade Tiradentes (Unit), Andrey Gabriel Nunes de Souza, que deu um depoimento sobre o espetáculo.
“Arrancar atenção das pessoas ‘verdinhas’, que assistiam ao espetáculo foi a grande dificuldade que os atores e roteiristas tiveram. Tirar o véu das amarras e paradigmas que vendavam grande maioria da plateia foi difícil. Porém, realizado com sucesso.
Envolver o público que vivia na superficialidade de pontos acadêmicos e convidá-los a fazer uma viagem para dentro deles mesmos foi o propósito do espetáculo ‘O Futuro da Humanidade’, obra escrita pelo autor e psiquiatra, Augusto Cury, promovido lindamente no palco.
Os olhos atentos de poucos, dividiam o espaço com os sussurros de conversas paralelas. Porém, o convite foi feito e, aos poucos, o olhar da minoria era acompanhado pelo olhar de mais pessoas.
O espetáculo, assim como na obra escrita, nos convida a questionar quem somos. Somos títulos, status social, conta bancária, diplomas, certificados ou pessoas livres dessas amarras que procuram a felicidade pelo caminho que sua consciência pede? O que você é?
A medida em que a trama se desenrolava, as últimas crianças se acordavam com os bailarinos dançando entre a plateia e, assim, plateia e palco tornaram um só. Daí em diante, não houve conversa paralela ou pontos acadêmicos que fossem mais importantes, todos se envolveram com a história de Marco Polo e Falcão.
A peça ‘O Futuro da Humanidade’ tem como finalidade romper com a vaidade do curso de medicina e trazer e ratificar o seu verdadeiro propósito, cuidar de gente e não de doenças, cuidar com amor e não por obrigação.
Trouxe ainda alunos do nível superior em medicina da Universidade Federal de Sergipe para encenar essa realidade vivida por todos, sejam alunos da área ou de quaisquer áreas da vida. Romper com a superficialidade e olhar o outro com empatia e exercitar o olhar do não julgamento é um dever de todos e um convite a ser feito.
A obra nos faz questionar a todo momento a verdadeira importância do sermos felizes. Aliás, não se engane, o importante é respaldar nossa vida na base do alicerce da felicidade para, assim, sustentarmos nossas alegrias e tristezas.
Parece controverso, mas não é. Momentos de alegria e tristezas são comuns a todos. Não há ninguém feliz a vida inteira. Como se foi dito em frases similares por Falcão: não existe alegria, sem tristeza; liberdade, sem prisão. Todos somos reféns ou tristes, cabe a nós escolhermos onde queremos focar nossa atenção. Esta última afirmação, levantada pelos sensíveis olhos Marco Polo.
É inegável afirmar que o curso de medicina, área retratada na peça, traz ao aluno momentos de dificuldade e de dolorosas pedras em sua estrada. Porém, cabe ele escolher se sentirá o mundo pelas complexas contrações dos músculos osculatórios que se dividem em parte superior e inferior, com o propósito de fechar a boca, na qual uma parte do músculo franze os lábios e os projeta para adiante com ajuda do bucinador e músculo abaixadores do ângulo da boca. Ou, se ele sentirá com a sensibilidade e simplicidade de beijar com seus lábios a boca de seu/sua amante com a finalidade de desfrutar da alegria e felicidade de estar ao lado de seu amor.
Razão ou emoção? Mais um dos pontos em xeque que foram jogados para reflexão da plateia. Qual foi a resposta? Simplesmente, não há. Equilíbrio, eis a resposta menos errada e mais complexa que se poderia ter. Cabe nos posicionarmos em cada situação e escolher de forma madura e consciente um ponto desse grande espectro que há entre razão/emoção. Como encontrar a melhor conduta para determinada situação? Sua consciência lhe dirá. E, saibam, diante de uma ação acertada, todos estarão satisfeitos e felizes. Pois, não há felicidade individual plena que fira a felicidade do outro.
Questionador como Marco Polo ou filósofo como Falcão? O que move o mundo são as perguntas e não as respostas. Respostas vem, ao final da frase, acompanhado com um ponto final, já as perguntas, vem com uma formosa interrogação que abre o leque para um mundo de possibilidades. Esses foram alguns dos pontos levantados pela brilhante peça. Quer dizer, para as velhas almas que conseguiram se render das amarras sociais e se debruçarem sobre a beleza da obra. Para os ‘verdinhos’, a semente do questionamento foi plantada. Esperemos, assim, a colheita dos maduros frutos.
Lembrem-se de serem os protagonistas de suas vidas. O teatro da vida é o maior espetáculo que podemos encenar. Ideias propagadas, repetidamente, em todas as obras de Cury.
‘Você não tem só o direito de ser feliz: tem o dever. Felicidade é resultado de saúde psicológica e de reto cumprimento dos deveres da consciência’, orientadora do plano sublime, Eugénia-Aspásia”.
Depoimento do estudante de medicina da Unit, Andrey Gabriel Nunes de Souza.