Audiência realizada no Ministério Público Estadual na manhã desta sexta-feira, 1º, discutiu a falta de médicos para o funcionamento da pediatria no Hospital São Lucas. Na oportunidade estiveram presentes os próprios médicos pediatras, a diretoria do hospital, Sindicato dos Médicos, Conselho Regional de Medicina, representantes dos convênios e do Hospital da Unimed que, além do São Lucas é o único hospital particular que tem o serviço de pediatria no Estado. Atualmente faltam seis médicos para completar a escala no hospital São Lucas. A promotora de justiça Euza Missano ameaçou ajuizar uma ação Civil Pública caso não fosse encontrada uma solução. Euza Missano e Alessandra Pedral podem ajuizar ação caso não seja encontrada uma solução. “Caso não seja nada acordado vamos ajuizar uma ação contra a Cooperativa dos Pediatras para que façam o atendimento nos próximos 60 dias e contra o São Lucas para que o serviço seja mantido”, alertou. O hospital e os médicos se comprometeram a se reunir na próxima segunda-feira, 4, para encontrar uma solução que deve ser apresentada na terça-feira, 5, em nova audiência no MPE. Dessa forma, o plantão deste final de semana pode estar comprometido, pois existe uma falha nas escalas da sexta-feira de manhã e a noite, no sábado à noite, e no domingo não tem pediatras disponíveis para cobrir os plantões. O São Lucas se comprometeu a tentar uma solução emergencial para cobrir as escalas deste fim de semana. Hospital Primavera e Hospital Renascença não estão atendendo na área de pediatria. Por enquanto, o Hospital Unimed vem mantendo atendimento normal, mas a grande demanda do atendimento pediátrico de urgência, em caráter privada, é do Hospital São Lucas O superintendente do Hospital São Lucas Paulo Barreto revelou que o Hospital já negocia uma segunda opção com outro grupo de médicos pediatras. “Nossa proposta é que o contrato com a cooperativa seja cumprido, o que nos dá um prazo de 60 dias para a discussão, a partir daí encontraremos outra saída. A fonte de atendimento são os médicos, mas se eles não quiseram fazer o atendimento não podemos fazer nada. Não existe uma solução imediata, estamos em negociação com outro grupo de médicos para atendimento integral. A questão é que 95% dos pacientes necessitam de atendimento ambulatorial, mas e os 5% que estão em Estado grave também não podem ficar desassistidos”, aponta. Mesmo assim, Paulo Barreto informou que existe a possibilidade do setor de pediatria do São Lucas deixar de funcionar. “Existe a possibilidade de o serviço ser fechado caso não se encontre uma solução. Nós não acreditamos que o São Lucas é um hospital sem estrutura, somos um hospital de nível nacional inclusive. Nós precisamos de seis pediatras que tenham tempo para atender os plantões que estão em aberto atualmente”, finaliza. A presidente da Sociedade Sergipana de Pediatria Glória Tereza Lopes, falou que a discussão a partir de agora deve ser entre os hospitais e os planos de saúde. “A questão agora será discutida entre os hospitais e os planos de saúde. As operadoras não estão investindo para que seus planos dêem a cobertura daquilo que eles oferecem. O hospital diz está conversando com outro grupo de médicos pediatras, mas não se dispõe a conversar com a cooperativa médica para prestar um serviço de excelência”, afirma.