A Sociedade Médica de Sergipe recebeu nesta quinta-feira, 8, para o seu tradicional almoço, a Drª Norma Alves de Oliveira, membro da diretoria da Associação Sergipana de Psiquiatria. 

A médica discorreu durante o encontro, realizado semanalmente pela entidade, sobre o tema ‘Suicídio: Um Desfecho Fatal Evitável nos Diversos Transtornos Mentais’. A médica psiquiatra tem larga experiência no assunto. 

Ela é autora dos livros: “Associação entre Depressão e Síndrome Coronariana Aguda” e “Transtornos Mentais sob Uma nova Prima”. A médica apresentou o tema que vem a calhar com o mês de setembro intitulado ‘Setembro Amarelo’, quando se desenvolve a campanha de combate e prevenção ao suicídio. 

“Esse é um momento especial quando abordamos um importante tema como a prevenção ao suicídio. Hoje 1920 pessoas se matam no Brasil a cada hora e no mundo a cada 40 segundos uma pessoa se suicida”, disse a médica. 

Ela observou que o Brasil, apesar de ter números altos em termos absolutos, possui um índice baixo de prevalência em suicídios. O Estado de maior índice no Brasil em suicídio é Mato Grosso do Sul e entre comunidades indígenas. “Estou pesquisando os motivos, que realmente não conheço. O porquê dos índios atentarem contra a própria vida”, disse a psiquiatra. 

A estudiosa no assunto atentou que sempre houve uma grande preocupação com pessoas na faixa etária de 45 anos, mas hoje prevalece o idoso acima de 65 anos. Pela questão do aumento nos índices de adolescentes se suicidando, foi criado então em 10 de setembro de 1994 o setembro amarelo. 

“É preciso atenção, para esse mal social. É uma epidemia silenciosa que requer atenção, algumas vezes mais do que as guerras e os homicídios”, alertou a psiquiatra.

Por meio das redes sociais, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) lançaram a Campanha Nacional de Prevenção ao Suicídio. As entidades fazem um pedido aos médicos e sociedade para postarem fotos com destaque à cor amarela, marcando com a #AcreditoNaVida. 

O objetivo do CFM e da ABP é chamar atenção para o tema e simbolizar o compromisso com a vida, já que a cor amarela significa vida, luz, alegria e, para os organizadores, é o contraponto simbólico ideal do problema. 

  Dados alarmantes – De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas se suicidam por ano em todo o mundo. No Brasil são quase 12 mil casos por ano. Para a ABP e o CFM, falta uma política de atenção, com infraestrutura e recursos humanos suficientes, para ajudar quem sofre com stress, depressão e esquizofrenia, transtornos que podem levar ao desejo suicida. Chama a atenção o fato de o número de mulheres que tiraram a própria vida ter crescido mais (17,80%) do que o número de homens (8,20%) no período de 12 anos. A mortalidade de pessoas com idade entre 70 anos ou mais é maior, de acordo com a pesquisa.