A Associação Médica Brasileira lançou, na semana passada, em Cuiabá, durante reunião de sua diretoria plena, a nova edição (2014) da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos – CBHPM.
A metodologia de sua construção obedeceu aos postulados emanados a partir do Planejamento Estratégico da AMB, ocorrido em março de 2000 em São Paulo, sob a presidência do médico paulista Eleuses Vieira de Paiva. Ela determinava a elaboração de uma nova diretriz para a sua consecução, que promovesse uma hierarquia de procedimentos baseada em atributos, com a participação de instituição econômica experiente.
Graças a um convênio firmado entre a AMB e o CFM, foi contratada a FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP para montar a metodologia, que passou a trabalhar com todas as sociedades de especialidades integrantes do Conselho Científico da AMB.
Na qualidade de Diretor de Economia Médica da AMB ( 1999 / 2001 ) e relator do grupo de Trabalho e Remuneração Médica na Saúde Suplementar, no Planejamento Estratégico, mantive os primeiros contatos com a FIPE, através de Hélio Zylberstajn, Professor Doutor do Departamento de Economia desde 1987. Ele e sua equipe, após ouvir a AMB, elaboraram a metodologia, inédita mundialmente. E os trabalhos foram iniciados de forma frenética, com a sede da AMB se tornando, durante meses, num gigante balão de ensaio, com testes de simulação dos chamados procedimentos-âncora sendo realizados com todas as especialidades.
Findo meu mandato à frente da diretoria, o médico paulista Amílcar Giron, deu prosseguimento à missão com total dedicação, na condição de Presidente da Comissão Nacional de Honorários Médicos, culminando com o lançamento da primeira edição em 2003, na cidade de Vitória.
Desde então a luta para a sua plena implantação não tem sido fácil, em função da ação opressora e truculenta de setores econômicos do governo, da ação contestatória da Agência Nacional de Saúde e da resistência de algumas operadoras de planos de saúde, notadamente das medicinas de grupos.
Apesar disso, avanços consideráveis aconteceram ao longo desses 12 anos, graças ao trabalho da Câmara Técnica Permanente da CBHPM e da Comissão Nacional de Honorários Médicos – CNHM.
Mesmo contendo imperfeições ( afinal são quase 5.000 procedimentos hierarquizados, distribuídos em 56 sociedades de especialidades), trata-se da mais completa, organizada e hierarquizada lista de procedimentos médicos do mundo e que, com bem diz o presidente da AMB, o cearense Florentino Cardoso e o carioca Emílio Cesar Zilli, que comanda a CNHM e a Câmara Técnica, ela represente cada vez mais a força e a dignidade da classe médica brasileira, refletindo de forma indelével na sua finalidade maior: um melhor atendimento aos pacientes.