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Nov 2012

Conselhos de enfermagem comprovam problemas no Huse

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Profissionais sobrecarregados, falta de maca, medicamentos e de locais para banho. Isto é só uma parte dos problemas encontrados no Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) por equipes dos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem de Sergipe (Cofen e Coren/SE) durante fiscalização na segunda-feira, 19, e terça-feira, 20. A iniciativa, que tem por objetivo fiscalizar a assistência prestada atualmente no local, foi motivada pela situação caótica do hospital e por denúncias realizadas por profissionais que lá trabalham. De acordo com o coordenador do departamento de fiscalização do Coren/SE, Márcio Barbosa, os profissionais do Huse não têm condições adequadas de prestar assistência à população. “Há um número excessivo de pacientes para cada profissional, falta materiais e medicamentos, antibióticos e, inclusive, há relatos de óbito pela precariedade na assistência do serviço. Encontramos também pacientes sem prescrição, sem usar medicação necessária, utilizando macas sem colchão e sem condições de higiene por não terem onde tomar banho. Tem gente há vários dias nos corredores lotados esperando há dias por uma cirurgia”, denuncia Márcio. Para o coordenador, a situação é prejudicial tanto para os profissionais como para a sociedade. “No momento que você tem uma quantidade elevada de pacientes e não há um fluxo correto, não existe condições de prestar assistência de qualidade. Então o profissional de enfermagem aqui no Huse, não tem as condições adequadas, o que pode induzir a um erro que não será por culpa dele e sim, da situação instalada no hospital”, revela. A equipe responsável pela fiscalização é composta por 10 profissionais, sendo sete conselheiros e três fiscais oriundos do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ceará. Um deles é Ana Tereza Ferreira, membro da câmara técnica de fiscalização do Cofen. Para ela, a situação é complicada e os profissionais precisam se adequar às legislações dos Corens e Cofen. “A questão de ambiente e estrutura de logística dificulta a situação. Falta de material para o profissional trabalhar e prestar uma assistência de qualidade realmente é a parte mais grave. Não tem lugar e nem cadeira para banho, não tem dipirona e profenide. Além disso existem pacientes sem colchão e com maca enferrujada. A enfermagem que trabalha aqui põe em risco a categoria e a principalmente sociedade, pois ela não está cuidando, está só tirando da rua”, avalia Ana Tereza. A servidora do Cofen destaca que a fiscalização também possui um caráter educativo. “Intensificando nossa fiscalização, nós vamos fazer um trabalho educativo e se necessário for, judiciário. É importante destacar que, antes de tudo, nós chegamos até o gestor e mostramos que ele não está dando condições de trabalho ao profissional. Uma categoria que soma mais de 1 milhão e 800 profissionais no país, onde 70% das atividades de saúde são exercidas por eles, jamais pode ser ser tratada desse jeito", afirma. A sobrecarga no trabalho é um dos fatores que preocupa a coordenadora de enfermagem do Pronto-socorro adulto, Michelle Prado. "Costumamos dizer que a enfermagem é a linha do cuidado. Damos banho, medicação, cuidamos do paciente e propicimamos a melhora do quadro dele. Hoje temos uma sobrecarga de trabalho, pois somos um pronto-socorro de porta aberta, recebemos pessoas de todos os lugares e não podemos fechar as portas", conta. A superintendente do Huse informa que ainda não recebeu o relatório final da fiscalização e só irá se pronunciar depois da ciência do documento. Fonte: Verlane Estácio e Kátia Susanna/Portal InfonetColoque aqui o seu conteúdo!

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