Reportagem do jornal Cinform da edição 1541, que circula em Aracaju nesta semana, volta a mostrar os problemas de desabastecimento de remédios e insumos médicos no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse).
Segundo o veículo de comunicação, na última sexta-feira, dia 19, “cinco crianças eram mantidas na enfermaria entubadas; dessas, duas não contavam com o monitoramento cardíaco, obrigatório nesses casos de urgência, ou seja: elas recebiam ventilação mecânica, oxigênio através dos tubos, mas não tinham os batimentos do coração controlados porque simplesmente não havia aparelhos em quantidade suficiente para todas as alas do hospital”.
Um funcionário do hospital ouvido pelo Cinform disse que “quem tem a sorte de chegar primeiro, pega os poucos aparelhos que existem. A situação é de caos”. A reportagem prossegue: “o pior de tudo é que esse descaso não é nenhuma novidade no Huse. Muito pelo contrário. A constante falta de medicamentos e aparelhos é um drama que está em constante reprise. Somente em 2011, o Cinform denunciou o caso três vezes. Em todas elas, como agora, a reportagem teve acesso à lista de remédios que haviam terminado no estoque do hospital”. De acordo com uma lista de 24 de setembro, existem pelo menos 100 medicamentos em falta no Huse, incluindo alguns itens básicos a qualquer unidade de saúde, como o analgésico dipirona e até insulina. "Às vezes, o estoque é mantido muito baixo, o que não atende à necessidade do hospital. Se chegar alguém perguntando se está em falta, a direção tem como mostrar que existe, embora em quantidade insuficiente", disse um funcionário ao jornal.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) reconheceu que há problemas com os fornecedores de medicamentos e equipamentos do Huse. Segundo a SES, quando a atual gestão do secretário Sílvio Santos assumiu, em junho deste ano, alguns fornecedores não recebiam há oito meses.