O médico e vereador Dr. Emerson (PT) presidiu na tarde desta terça-feira, 16/10, Sessão Especial sobre Trabalho Médico, realizada na Câmara Municipal de Aracaju (CMA). O parlamentar comentou sobre a necessidade de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), corrigindo rumos e buscando consolidar uma política pública na saúde, que seja eficaz e resolutiva, pois é isto que os aracajuanos esperam e merecem.
De acordo com Emerson, um dos impasses seria a implantação de um modelo centrado na atenção básica, com atendimento multidisciplinar e cobertura ampla, com uma retaguarda constituída por especialistas e leitos suficientes para o atendimento da população. Um outro problema é o subfinanciamento da saúde, que se agrava pela corrupção e malversação do recurso. Também é necessário adequar o quadro curricular das universidades para preparar o profissional generalista.
O presidente do Sindicato dos Médicos, João Augusto Alves de Oliveira, ocupou a Tribuna para debater sobre a atuação médica no SUS. "Um dos problemas do Sistema Único de Saúde é a falta de investimento. Isso acarreta em problemas para ofertar médicos à população e sobrecarrega os que já prestam serviço no sistema. A realidade é que os profissionais não são atraídos para a carreira no SUS, tanto que sobram vagas nos concursos", destacou o sindicalista.
O médico Petrônio Andrade Gomes, presidente da Sociedade Médica de Sergipe (Somese), usou a Tribuna para acrescentar o debate sobre trabalho médico. "Depois que as fundações foram implantadas, os serviços públicos de saúde em Sergipe pioraram", opinou.
Para o representante da Academia Sergipana de Medicina (ASM), Paulo Amado, todos os setores da sociedade devem se mobilizar para que o Sistema de Saúde Pública seja mais qualificado. "Pagamos impostos, porém, os serviços no setor na saúde deixam a desejar. Em virtude disso, quem pode, acaba pagando um plano de saúde. E quem não pode, sofre com os problemas deste setor”.
Também presente à Sessão Especial, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Sergipe (Cremese), Júlio Seabra, ocupou a Tribuna para explicar as funções da entidade médica. "Somos fiscalizadores da atuação médica. Somos profissionais que necessitamos de uma rede estruturada para que exerçarmos bem a nossa função, precisamos de uma rede estruturada e bem gerenciada".
A presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Sergipe, Flávia Brasileiro, também subiu à Tribuna para dizer que a enfermagem tem um laço muito forte com os médicos e comentou sobre projeto de lei que será votado na CMA. "O Estatuto dos Servidores Públicos será votado manhã, porém, o gestor não nos convidou para o debate. A atualização foi feita sem a participação dos servidores. Isso é um descaso, uma falta de respeito com os servidores da saúde", disse.
Ainda durante a sessão, foi destacada a carência de pediatras no Sistema Único de Saúde. O alerta foi feito pela presidente da Sociedade Sergipana de Pediatria, Glória Tereza Maia dos Santos. "Temos mortes fetais por falta de garantia de assistência, de UTI neonatal. Estamos perdendo crianças e mulheres por causa das carências, tanto de equipamento, quanto de profissionais", ressaltou Glória Tereza.
Texto: Abrahão Crispim Filho
Foto: Alberto Dutra