Os pediatras que trabalham na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes estão indignados com a falta de condições de trabalho da unidade. Eles reclamam também dos riscos que os bebês e mães estão correndo com a superlotação da maternidade.
Segundo a presidente da Sociedade Sergipana de Pediatria, Glória Tereza Lima Barreto Lopes, a maternidade está com lotação acima de 100% da capacidade. “Boxes onde devem estar oito recém-nascidos estão com 15 crianças. Isso aumenta o risco de infecções e de mortes. Há crianças que estão ficando sem prescrições devido ao grande número de pacientes para o número de médicos (mais de 80 crianças para dois médicos examinarem e prescreverem) além das outras tarefas a cumprir”, diz.
O Ministério Público já ajuizou Ação Civil Pública através da Promotoria dos Direitos à Saúde, e, em novembro de 2011, o juiz Raphael Silva Reis apresentou liminar onde obrigava o Estado de Sergipe e a Fundação Hospitalar de Saúde, para em 60 dias, resolver os problemas apresentados como: superlotação, falta de equipamentos essenciais para preservação de vidas dos recém-nascidos. entre outros.
Até o momento, segundo Glória Tereza, “nada aconteceu para mudar o cenário e, indignados, os neonatologistas estão se organizando para pedido de demissão coletiva”. As maternidades do Interior permanecem fechadas em reforma e todo o fluxo de gestantes de Sergipe e regiões fronteiriças como a Bahia e Alagoas continuam vindo para Aracaju.
Nesta sexta feira, 8, haverá uma nova audiência no Ministério Público, para tratar da falta de leitos nas maternidades de Aracaju. “Queremos respeito às nossas crianças e suas mães”, afirma Glória Tereza.