Na tarde desta quinta-feira, 3, a Sociedade Médica de Sergipe recebeu os médicos Rosa Amélia, presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho, e Marcos Rogério Kroger Galo, Diretor Clínico do Hospital de Urgência de Sergipe, como convidados para o almoço realizado na sede da entidade.

Em um primeiro momento, a médica Rosa Amélia trouxe para o debate a situação da Medicina do Trabalho em Sergipe. Segundo ela, o preço baixo e o grande volume de consultas resultam podem resultar em uma qualidade ruim. “Fazer um pacote com duas mil consultas ao custo de R$ 15 cada dará um valor bom para o médico, mas é claro que a qualidade não será das melhores. Por isso, a Sociedade Médica e a sociedade em geral precisa se mobilizar em relação a isso. Vamos tentar estabelecer normas e cobrar a postura correta dos nossos colegas”, destaca.

Chacina Huse

Após as palavras de Rosa Amélia, o médico Marcos Kroger, que estava no Hospital de Urgência de Sergipe na sexta-feira, dia 27, falou sobre o fato que abalou a sociedade sergipana e a classe médica. Diretor Clínico do Huse e no plantão daquela fatídica noite, Kroger contou aos colegas todo o horror vivido naqueles minutos que duraram a chacina. “Foi um fato terrível, que provocou trauma em todos que estavam no local. Eu não estava na sala porque sai poucos segundos antes de tudo acontecer, mas é algo para não se apagar da memória”, relata.

Marcos Kroger também lembrou aos colegas a terrível falha cometida pelo Estado de não prestar apoio psicológico a nenhum dos envolvidos na situação. “Estamos esperando a Secretaria de Segurança Pública se manifestar para dar suporte aos profissionais que estavam lá na hora, já que não tivemos apoio até agora e o trauma foi muito grande”, diz.

O presidente da Sociedade Médica de Sergipe, Petrônio Gomes, relembrou as ações da Somese para cobrar uma atitude do Governo em relação ao fato. “Temos uma reunião marcada na Ordem dos Advogados do Brasil no dia 28 de maio e farei uma visita àqueles que estavam no dia da chacina para prestar apoio em nome da Somese”, explica.