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Out 2011

Trajetória de Helvécio de Andrade é tema de almoço

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Palestra motivou debate entre os médicos

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Cristina Valença destacou vida de Helvécio de Andrade

A Sociedade Médica de Sergipe (Somese) recebeu nesta quinta-feira, 13, durante almoço que realiza todas as semanas com seus associados, a professora e historiadora Cristina Valença, autora do livro “Medicina, educação e história. A trajetória de Helvécio de Andrade”. Em sua explanação, a escritora destacou a importância do trabalho desenvolvido pelo médico sergipano Helvécio de Andrade, que teve papel fundamental na mudança de paradigma do ensino de pedagogia em Sergipe. Ao iniciar sua apresentação, Cristina Valença falou sobre a formação escolar do médico, que teve acesso ao ensino primário em Estância, tendo depois se mudado para Salvador, onde deu prosseguimento aos estudos e cursou a Faculdade de Medicina. Em 1886, tornou-se doutor, tendo trabalhado na Santa Casa de Misericórdia. De acordo com a historiadora, Helvécio de Andrade publicou algumas pesquisas sobre as doenças do início do século passado, como a febre amarela, e residiu em Santos, no Estado de São Paulo, por um tempo.

Por volta de 1900, segundo Cristina Valença, o médico sergipano retornou ao Estado, indo residir em Maruim. Em 1911, informa ela, Helvécio de Andrade ajudou a publicar a primeira Revista de Medicina de Sergipe. “Embora só tenha tido uma única edição, o médico falava da revista de forma muito apaixonada, pois, segundo ele, democratizaria o conhecimento da medicina”, explicou a professora.

Antes, em 1909, conforme a apresentação de Cristina Valença, o médico sergipano se tornou delegado fiscal do Governo Federal em Sergipe. Três anos depois, informou a historiadora, Helvécio assumiu a direção da Escola Normal do Estado, que formava professoras de nível primário, e deu início a um processo de reforma educacional da instituição.

“Ele trouxe para Sergipe as idéias de reforma educacional, que estavam ganhando corpo em São Paulo, propondo novas linhas de abordagem ao ensino de pedagogia, com a inclusão de disciplinas, como a psicologia, a pedologia e noções de higiene. Ele mudou o caráter humanista para o científico, transformando não só a prática escolar, mas a cultura escolar como um todo”, afirmou Cristina Valença.

Ainda, de acordo com a historiadora, Helvécio de Andrade defendeu em suas publicações a renovação das práticas pedagógicas, a realização de ginástica, jogos e excursões, a implantação de laboratórios, o método intuitivo, o celibato feminino e a realização de trabalhos pedagógicos com fins educativos. Outra iniciativa do médico sergipano foi a criação da Hora Literária, que foi o nascedouro da Academia Sergipana de Letras.

Após a explanação de Cristina Valença, os médicos presentes, como Lúcio Prado Dias e Francisco Rollemberg, deram sua contribuição ao debate, aprofundando as discussões e acrescentando informações sobre a trajetória de Helvécio de Andrade.

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