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Out 2011

Medicina Paliativa: nova área de atuação

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No mês de agosto, a Comissão Mista de Especialidades, composta pela Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, aprovou uma nova área de atuação no Brasil: a Medicina Paliativa. Esta área é de suma importância, pois visa a melhorar a qualidade de vida dos pacientes portadores de doenças crônicas, sem chance de cura, especialmente em sua fase terminal. A área de atuação deve abranger as especialidades de oncologia, clínica-médica, anestesiologia, geriatria, pediatria e medicina de família e comunidade. Embora de forma não oficial, há muitos anos existem médicos que já atuam em medicina paliativa, seguindo modelos de outros países, especialmente a Inglaterra onde começou este movimento em benefício da qualidade de vida dos pacientes incuráveis, especialmente os portadores de câncer.   Segundo Newton Barros, 2º vice-presidente da AMB e chefe do Serviço de Dor e Cuidados Paliativos do Hospital Conceição, em Porto Alegre (RS), com a criação desta nova área de atuação, mais profissionais se especializarão em cuidados paliativos e estarão aptos a prestar assistência ao grande número de pacientes e famílias necessitados de cuidados. Da mesma forma, as faculdades de medicina deverão se adequar para oferecer estes conceitos durante o curso de graduação. “O ensino médico precisa deixar de ser focado na cura para também oferecer oportunidade de conhecimento do manejo de doenças crônicas, incuráveis. É preciso ensinar ao médico como lidar com um paciente cuja expectativa de vida é curta, aliviando os sintomas e melhorando a sua qualidade de vida”. Ainda de acordo com Barros, a criação desta nova área também servirá de estímulo para que o governo brasileiro e o Ministério da Saúde adotem medidas visando a implantar de forma efetiva os Cuidados Paliativos para os pacientes do SUS. Embora existam portarias do Ministério estabelecendo a obrigatoriedade da existência desse tratamento nos centros de oncologia do país, poucos estão organizados, faltam equipes e medicamentos. “É preciso disponibilizar para toda a população medicamentos específicos para o alívio da dor e outros sintomas; estruturar o atendimento domiciliar, para que estes pacientes terminais possam permanecer próximos de suas famílias; entre outras medidas”, explica Barros. Medicina Paliativa no Brasil

Nas últimas décadas, a Medicina Paliativa vem ganhando seguidores e aumentando o debate sobre a sua importância. Com o envelhecimento da população, cada vez mais as doenças crônicas incuráveis, dentre eles os portadores de câncer vem aumentando e a medicina paliativa será cada vez mais necessária. No Brasil, um dos principais marcos nesta área aconteceu em 2010, com a criação da Comissão Nacional de Medicina Paliativa pela Associação Médica Brasileira. Coordenada por Newton Barros, 2º vice-presidente da AMB e Chefe do Serviço de Dor e Cuidados Paliativos do Hospital Conceição, a Comissão reuniu-se durante vários meses criando um projeto de formação do médico paliativista que resultou na resolução do CFM aprovando como uma nova área de atuação médica. “Precisamos ter uma atenção especial para o paciente de câncer em estágio avançado. O câncer é uma doença com taxas de incidência crescentes em todo o mundo. E a previsão é que continue crescendo nos próximos 20 anos, principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil, que são aqueles que menos investem em pesquisa nesta área (cerca de 5% do montante mundial). Assim, especialistas em cuidados paliativos serão cada vez mais solicitados para aliviar o sofrimento do paciente e de sua família”. Além do câncer, doenças reumáticas, articulares, neurológicas, como o Mal de Alzheimer, ou qualquer outra que torna a pessoa incapacitada com sofrimentos físicos, emocionais, sociais e espirituais podem ser ajudadas pela Medicina Paliativa que sempre trabalha em equipe multidisciplinar.

Fonte: AMB

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