Médicos de todo o Brasil paralisaram as atividades vinculadas aos planos de saúde nesta quarta-feira, dia 21. O movimento é contra a resistência das operadoras em negociar reajustes com os profissionais. Durante estas 24 horas está suspenso o atendimento em consultórios, ambulatórios e hospitais brasileiros como forma de chamar a atenção da sociedade para os prejuízos causados ao exercício da boa Medicina e à qualidade da assistência oferecida aos pacientes.
Na última terça-feira, dia 20, em Brasília, as entidades médicas nacionais – AMB, CFM e Fenam – explicaram o protesto nacional contra as operadoras de planos de saúde. “Reclamações contra empresas de planos e seguro-saúde estão preponderando nestes últimos anos. Isso é um sinal claro do desrespeito dessas empresas com os pacientes e prestadores de serviço. Esse é o cenário atual da saúde suplementar que se iniciou com a mobilização em 7 de abril e que culmina agora com essa paralisação de 24h. Nossa expectativa é manter as negociações e chegar a um acordo que beneficie prestadores e usuários”, afirmou Florentino Cardoso, presidente da Associação Médica Brasileira.
A paralisação ganhou forte adesão nacional. Em nove estados, a suspensão atingirá todas as empresas de saúde suplementar. Em outros 15, a mobilização afetará consultas e procedimentos a planos selecionados localmente. Os nomes das operadoras constam do quadro abaixo.
O protesto é um desdobramento direto da paralisação nacional de 7 de abril, quando foi feito um alerta às operadoras sobre o desequilíbrio na relação entre operadoras e médicos e se propôs um avanço no processo de negociação entre as partes para reverter a situação.
As reivindicações nacionais são o reajuste imediato da tabela de honorários tendo como referência a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM); o estabelecimento de critérios e de periodicidade anual de reajuste; e o fim das interferências antiéticas na autonomia do médico.
Nesta quarta-feira, estarão suspensos as consultas e os procedimentos eletivos das operadoras de planos de saúde selecionadas pelos médicos em assembleias, sendo garantido ao paciente o novo agendamento. “Fica assegurado, no entanto, durante o protesto, o atendimento de todos os casos de urgência e emergência”, finalizou Florentino Cardoso.
Além disso, ainda nesta quarta-feira, as entidades médicas aguardam uma audiência com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para colocá-lo a par de todos esses problemas.
Fonte: AMB