Os auditores da Gerência Estadual do Ministério da Saúde - MS - estão em campo e têm até o dia 17 de junho para concluir uma auditoria em todos os mamógrafos utilizados em exames de pacientes do Sistema Único de Saúde - SUS - em Sergipe. Todas as informações relacionadas aos aparelhos, como marca e modelo, quantidade de exames realizados e profissionais envolvidos na operacionalização dos equipamentos estão sendo coletadas pelos auditores. As equipes do MS avaliam os aparelhos instalados em oito municípios sergipanos - Aracaju, Estância, Itabaiana, Lagarto, Laranjeiras, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora do Socorro e Propriá. Os dados serão reunidos em um relatório a ser encaminhado ao Ministério.
Este trabalho está sendo realizado em todos os Estados e no Distrito Federal por determinação de Alexandre Padilha, ministro da Saúde. Após a coleta de informações, os técnicos do Ministério vão elaborar um documento que servirá de base para o desenvolvimento do Plano Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo de Útero e de Mama, lançado pela presidente Dilma Rousseff, em março deste ano. Deverão ser auditados 2.190 mamógrafos do SUS e da rede conveniada instalados em 823 municípios brasileiros.
De acordo com o médico Roosevelt Ferreira Oliveira, chefe do setor de auditoria da Gerência do MS no Estado, há distorções entre o cadastro nacional de mamógrafos e o que efetivamente está em funcionamento no país. Em Sergipe, por exemplo, dos 24 aparelhos de mamografia cadastrados no Ministério da Saúde, apenas 17 estão em operação. Um desses equipamentos está instalado em Propriá. Apesar do cadastro no MS, o aparelho ainda não está funcionando.
ONLINE"Queremos saber qual a situação de todos os mamógrafos do Estado", diz o chefe do setor de auditoria. Todas as informações coletadas pelas equipes do Ministério da Saúde são repassadas diariamente para Brasília, através de um sistema online. As visitas dos auditores são feitas sem agendamento prévio. Uma equipe esteve no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher do Estado - Caism - no dia 12 de maio. Os três mamógrafos do órgão passaram pela auditoria, mas o trabalho de investigação foi bem mais amplo.
Os auditores conversaram com o físico-médico e o mastologista do Caism, verificaram a forma de agendamento dos exames e entrevistaram 20 pacientes para saber, inclusive, o tempo de espera para a realização da mamografia. "Todas informaram que foi de sete dias desde que procuraram o posto de saúde e a equipe do Ministério avaliou como muito bom", afirma a biomédica Lídia Castelino Bitencourt, coordenadora-geral do Caism.
Outro aspecto avaliado pelos auditores do Ministério da Saúde é a demanda por exames. No Centro de Atenção à Saúde da Mulher são feitas 1.320 mamografias por mês. Os aparelhos passam semanalmente por uma manutenção preventiva e, em caso de necessidade, por uma corretiva. "Para nós, a auditoria foi muito positiva", afirma Lídia Bitencourt. A biomédica acredita que, a partir dos dados coletados, será possível melhorar o funcionamento e a distribuição dos aparelhos, garantindo a ampliação e o acesso aos exames de rastreamento do câncer de mama.