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Jan 2010

ENTIDADES DENUNCIAM GRAVE SITUAÇÃO DO HUSE

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       Falta de profissionais especializados para compor escalas, médicos sobrecarregados, pacientes sem atendimento, colocados em macas nos corredores, amontoados sem distinção de sexo, esses são alguns dos inúmeros problemas existentes no Hospital de Urgência Gov. João Alves Filho, segundo dirigentes da SOMESE, CREMESE e SINDIMED, que compõem a Federação das Entidades Médicas de Sergipe. Eles concederam na manhã desta segunda-feira entrevista coletiva para a imprensa, para reiterar as denúncias sobre as péssimas condições de atendimento na unidade.       

Segundo Petrônio Gomes, presidente da Sociedade Médica de Sergipe, a situação do hospital é dramática. Ele comparou o hospital ao Haiti, onde milhares de pessoas morreram após um terremoto. “Temos o nosso Haiti bem aqui. No hospital João Alves tem um grande fluxo de ambulâncias carregadas de doentes e apenas um médico para atender de 20 a 30 pessoas”, afirmou.

Para o representante do Conselho Regional de Medicina Henrique Batista, o hospital poderá passar por interdição ética, isso quer dizer que os médicos ficam proibidos pelo Cremese de atuar no hospital em função da sua extrema precariedade. “Claro que isso seria uma medida extrema, mas totalmente legal. Podemos suspender o atendimento dos médicos naquele local. Se a situação continuar se deteriorando, é possível que essa medida seja tomada”, disse o médico, que também responde pela secretaria geral do Conselho Federal de Medicina.        O presidente da Somese chegou a convidar o governador do Estado para visitar o Hospital ao lado dos representantes das entidades médicas. “Ele precisa ir ao hospital sem avisar antes e dispensar a companhia de seus assessores, para constatar a grave situação”. Disse ainda que a imprensa vem sendo impedida de mostrar as instalações do hospital no intuito de mascarar a realidade. “Se o governo proíbe a entrada da imprensa no hospital é porque tem coisa errada lá dentro, reclamou Petrônio Gomes.

Já o presidente do Sindicato dos Médicos de Sergipe José Menezes criticou a falta de investimento em recursos humanos. “Na Saúde, o governo diz que investiu cerca de R$50 milhões, mas não investiu em recursos humanos. Está construindo clínicas, mas quem vai trabalhar nessas clínicas?”, questionou.Fonte: Portal Infonet ( jornalista: Kátia Susanna).

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