Solenidade em homenagem ao centenário de nascimento do Patrono da cadeira 36 da Academia Sergipana de Medicina, ocorrido nesta quinta-feira (22/10) revestiu-se de brilho invulgar. A sessão começou às 20 horas e 20 minutos, pela Dra. Déborah Pimentel, presidente do sodalício. ,O mestre de cerimônias Ac.Lucio Dias fez a composição da mesa de autoridades: o Secretário de Saúde de Aracaju, Marcos Ramos, o deputado federal Jackson Barreto, o vereador Dr.Gonzaga, o Dr. Petrônio Gomes, presidente da Somese, o representante do Cremese, Walbert Martins Carvalho e o Dr. Vollmer Bomfim, filho de Lourival Bomfim. Em seguida ele fez a leitura dos telegramas e comunicados recebidos: do Governador Marcelo Déda, do Presidente do Tribunal de Justiça Des. Roberto Porto, do Dr. Francisco Bragança, que reside em Brasília, dos médicos Henrique Batista e Paulo Amado, que estavam em Brasília e de outras autoridades, foram iniciados os pronunciamentos.
Coube à viúva do Dr. Lourival, fazer a intervenção inicial. Ela traçou um perfil de esposo, como homem de extrema sensibilidade e fé, segundo ela “um ser místico, que estabeleceu como o cerne do seu viver, um relacionamento muito íntimo, absolutamente pessoal e extremamente afetivo com Deus”. Foi aplaudida de pé, em sinal de respeito e reverência.
Em seguida, o ocupante da cadeira 36 da Academia, médico e acadêmico Gilmário Macedo proferiu o seu discurso focado na figura do professor Lourival Bomfim, o fascínio que exercia sobre seus alunos com a sua inteligência e sabedoria, agradecendo “pela luminosa dialética que nos ensinou, e a ele oferecendo uma mantra...Ribbono shel olam (mestre do Universo), para que sua memória reverbere para sempre.
Prosseguindo as homenagens, foi a vez da professora Clotilde de Lourdes Branco Germiniani, que veio do Paraná especialmente para a sessão solene em homenagem a Lourival Bomfim. “Meu primeiro contato com a Faculdade de Medicina de Sergipe foi em 1965. Logo ao chegar fui recebida por dois expoentes da medicina sergipana e duas figuras basilares da então recém-criada faculdade, os doutores Antonio Garcia e Lourival Bomfim”. Dedicou a Lourival versos da poetisa paranaense Helena Kolody que, segundo ela, se aplica a sua trajetória de vida. Disse: Deus dá a todos uma estrela, uns fazem da estrela um sol. Outros, nem conseguem vê-la. Ato contínuo, o professor Eduardo Garcia, da UFS, ex-reitor e sucessor de Lourival na cadeira de Biofísica fez consistente pronunciamento, abordando dados biográficos do homenageado, com ênfase na sua formação científica e cultural. Segundo ele, “Lourival era um homem fascinante. Tinha a segurança e a experiência atestadas por seus cabelos brancos, mas também a curiosidade sobre as pessoas e as coisas, que se vê na criança que se debruça sobre o mundo.” Depois a acadêmica Zulmira Freire Rezende revelou carinhosamente aspectos da família Bomfim, seu casamento com D. Julieta, os filhos, netos e bisnetos e a trajetória fascinante do homem, professor e médico. Disse: “Lembro aos mais jovens a importância da sua vida, sua força em atingir seus objetivos, o médico cientista que soube utilizar as ferramentas da ciência e da tecnologia, enquanto escutava, olhava nos olhos e segurava a mão do seu paciente”. O pronunciamento seguinte coube ao Sr. Luis Carlos Rezende, que abordou aspectos da vida do enfocado relacionados ao meio ambiente. “Incansavelmente, Dr. Lourival estimulava o apego ao estudo científico, ao conhecimento exato dos fenômenos naturais e as interferências da ação do ser humano sobre o ambiente”. Rezende ressaltou a grande produção científica do Dr. Lourival, que teve papel de destaque como coordenador do Conselho Executivo de Controle de Poluição das Águas, legítimo fórum de discussões e coordenação de pesquisas e de diagnósticos que embasaram leis, decretos, resoluções adotados pelo Governo de Sergipe. Por fim, o médico Vollmer Bomfim, filho do homenageado, agradeceu em nome da família às pessoas envolvidas na elaboração da programação do centenário e disse que seu pai por certo estará muito feliz por ter escutado nessa solenidade quem de fato gostaria de ouvir. “Meu pai mostrou-me a porta para três aspectos fundamentais da vida: Deus, sexo e amor. Ensinou-me o livre arbítrio, a liberdade de pensamento, o respeito ao pluralismo e a tolerância”. Foi muito aplaudido. Esteve presente à solenidade a professora Miriam Ferreira que vai cursar mestrado em educação pela UGS tendo como objeto de estudo "a trajetória da vida profissional do Dr.Lourival Bomfim". Após os discursos, foi exibido um áudio-visual elaborado pela família, com fotografias do Dr. Lourival Bomfim nos seus mais variados momentos da vida e distribuído um livro com todos os pronunciamentos da noite, que contou com o apoio institucional da SAMAN Empresas. Ao final, a família ofereceu coquetel aos presentes.