Dr. Valdinaldo Aragão
Momento de orção pelo falecimento do Dr. Fernando Guedes
Almoço desta quinta-feira (09/07) propiciou momentos de profunda reflexão e debates sobre o tema apresentado.
CARTÃO SERGIPE VIDA
Segundo Valdinaldo Aragão, responsável pelo empreendimento, o Sergipe Vida é uma iniciativa privada, que visa propiciar atendimento médico a um segmento da população que não tem acesso a planos de saúde, em função de seus custos nem quer ficar dependente exclusivamente
da precariedade do SUS. Trata-se de um cartão de descontos, onde a pessoa adquire o cartão com o pagamento de uma taxa anual e tem acesso a rede de credenciados com valores de consulta pré-determinados, segundo ele, já estabelecidos em R$ 55,00.
Após sua exposição, os médicos presentes ao almoço fizeram perguntas e ponderações.
Dr.
Lucio Prado fez uma abordagem histórica dos cartões de desconto, os pontos favoráveis e desfavoráveis, os mecanismos de controle e fiscalização, falou sobre o Sinam, um projeto idêntico da AMB que deu certo no Paraná e na Bahia, através das associações médicas locais. Alertou sobre as implicações legais perante a Agencia Nacional de Saúde e julgou conveniente que houvesse uma manifestação formal das entidades nacionais sobre mais esse tipo de intermediação do trabalho médico.
Dr. Virgílio Araújo manifestou sua insatisfação frente à defasagem cada vez maior dos honorários, pagos pelos convênios, inclusive pela Unimed.
Dr. Alvimar Moura ponderou que existe restrições por parte da ANS quanto ao funcionamento dos cartões de desconto mas paradoxalmente ela nada pode fazer uma vez que esse tipo de empresa não está obrigada a ter registro da agencia reguladora. Traçou um paralelo entre o valor do honorário médico, que considera também defasado e o crescente gasto com tecnologia e exames complementares cada vez mais complexos, que termina por comprometer o valor do honorário.
Dr. Emerson vê com reservas esse tipo de interferência, destacando que os planos de saúde tendem a desqualificar a atuação de determinadas especialidades quando elas se organizam, como a anestesia e a urologia que estão à frente das demais na luta por honorários dignos e propôs que a s entidades discutam amplamente a relação do médico com o mercado de trabalho promovendo um fórum específico sobre o assunto.
Dr. Spina se manifestou
frontalmente contra estes cartões de desconto, que é mais uma ação contra a liberdade do médico em definir os seus honorários. Que há uma inversão de valores. Os planos de saúde precisam mais do médico do que este, deles.
Dr. Samarone elogiou o nível do debate e manifestou que está se criando mais um ônus para a população, o de pagar para ter acesso a consultas médicas de uma forma mais ágil, benefício esse que deveria ser
garantido pelo SUS.
Dr. William Soares sugeriu que houvesse uma fusão do Sergipe Vida com o Sinam para um melhor funcionamento e convidasse representantes da Associação Médica do Paraná para mostrar os resultados daquele estado.
O Dr. Valdinaldo agradeceu as colocações dos colegas e ressaltou que o cartão Sergipe Vida não visa somente o lado comercial mas sim manter um padrão ético de remuneração sem necessidade de guias, respeitando a CBHPM.
Segundo ele,
o
cartão não é um salvador da pátria, não é ainda a solução para a categoria, mas é uma tentativa de oferecer condições dignas para os médicos”, concluiu.